terça-feira, 5 de março de 2013

O peixe que não é peixe

Ele não é boi muito menos peixe, ele é o maior mamífero aquático de água doce, vive aqui na região Amazônica, ele é menor que seus primos de água salgada. Vamos conhecer um pouco mais desse incrível mamífero chamado PEIXE-BOI da Amazônia.

Peixe-Boi da Amazônico

Classe: Mammalia
Ordem: Sirenia
Família: Trichechidae
Nome científico: Trichechus inunguis
Nome vulgar: Peixe-boi ou guarabá
Cientista que descreveu: Natterer, 1883
Foto: Lima, T. L. M











Esse é um mamífero endêmico da Bacia do Rio Amazonas e do Rio Orinoco no Peru.
O peixe-boi quando adulto pode atingir o comprimento de até 2,80 m e pesar cerca de 700 kg. É chamado de peixe por ter habitat exclusivamente aquático. Porém é um exemplar da classe dos mamíferos.
Mãe carregando o filhote
Apresenta um corpo cilindrado achatado, cauda modificada em forma de remo, arredondada, plana e horizontal bastante grande. Os membros posteriores desapareceram, mas há vestígios deles na estrutura interna e nos embriões achados em fêmeas grávidas.  Couro com coloração escura, indo do cinza ao preto, de aparência lisa, lembra a pele de outros mamíferos aquáticos. Seu focinho lembra ao de um boi, por isso a analogia. O lábio superior é bastante característico, com um lobo carnoso dotado de pelos eréteis. Seus lábios são grossos e com pelos sensoriais. O orifício nasal pode ser fechado quando está submerso. Os olhos são bastante reduzidos. Não apresentam orelhas externas, e as internas são pequenos orifícios quase não perceptíveis. Membros anteriores curtos modificados em nadadeiras, sem unhas nas pontas. Aparelho mastigatório reduzido aos molares que se regeneram constantemente. Por terem uma alimentação rica em sílica, elemento que desgasta os dentes com rapidez. Os molares deslocam-se para frente cerca de 1mm por mês e se desprendem quando estão completamente gastos, sendo substituídos por dentes novos situados na parte posterior da mandíbula. Seu abdômen e partes do tórax apresentam machas irregulares brancas, os diferenciando dos seus primos marinhos que são desprovidos dessas características. As fêmeas têm duas mamas peitorais. Não apresentam dimorfismo sexual (características não sexuais marcantes). Reproduzem-se durante todo o ano e a gestação dura aproximadamente um ano. Geralmente a fêmea dá a luz a um filhote. Eles já nascem em média com 75 cm de comprimento. Existe o cuidado parental, da mãe com a cria. A mãe pode carregar o filhote em suas costas ou junto às nadadeiras, como os seres humanos, para que possa mamar nas suas glândulas mamárias peitorais. A fêmea pode cuidar de até três filhotes duma vez, com pelo menos um ano de diferença entre eles. Sua longevidade em estado selvagem é desconhecida, mas indivíduos cativos viveram vinte anos e meio. A primeira reprodução de peixe-boi em cativeiro se deu há 16 anos, no Instituto de Pesquisa da Amazônia-INPA. Veja a reportagem
Peixe-bois se alimentando de canarana.
São animais estritamente dóceis, vivem em grupos (animais gregários), conhecidos por viverem em grandes grupos. Com a caça predatória que sofreram e continuam sofrendo, seus grupos hoje são reduzidos em torno de 4 a 7 indivíduos. Mantêm-se ativos tanto no período diurno quanto o noturno.

Apresentam grande quantidade de gordura. Alimentam-se de vegetais que crescem nas margens de rios, igarapés e lagoas, como gramíneas, algas e macrófitas aquáticas canarana (Echinochloa polystachya), a alface-d’água (Pistia stratiotes), as murerus (Eichhornia crassipes e Pontederia rotundifolia), a membeca (Paspalum repens), a orelha-de-onça (Salvinia auriculata) e o pé-de-sapo (Ceratopteris pteridoides). O principal período de alimentação de peixe-boi ocorre na estação chuvosa, quando a obtenção de alimentos é facilitada, permitindo à espécie acumular gordura. Também pode comer frutos de palmeiras que tenham caído na água. Durante a época das chuvas, armazena gordura para os períodos de seca. Exemplares cativos podem ingerir de 9 a 15 quilos de folhas por dia. Raramente é atacado por predadores naturais, talvez pelo seu porte imponente. Têm como predadores principais o homem, jacarés e onças. Não se dispõe de estimativas populacionais. Espécie caçada indiscriminadamente durante séculos para obtenção de pele e carne, além de gordura para a produção de óleo. Além da caça ilegal, fatores como a perda do habitat, eliminação da vegetação ribeirinha, perturbações do ciclo hidrológico e destruição das macrófitas aquáticas têm sido citadas como fatores de diminuição de populações selvagens.
O peixe-boi-amazônico está listado como ameaçado tanto no Apêndice I do CITES quanto U.S. E.S.A; vulnerável segundo o IUCN. Foi caçado pelos índios amazônicos com redes e arpões por séculos. Entre 1930 e 1940 centenas de peixe-bois-amazônicos foram mortos por caçadores para obter carne (que era e é considerada como iguaria, onde atualmente ainda é caçado regionalmente) e óleo, onde as postas eram conservadas. Não foge dos caçadores, o que o torna uma presa fácil.
O município de Novo Airão no Amazonas tem como símbolo o peixe-boi
Você sabe como se chama a fêmea do peixe-boi? Chama-se Peixe-mulher, muitas pessoas não sabem e acabam errando como se vê nessa reportagem jornais...

2 comentários:

Angela disse...

muito bom saber um pouco mas da nossa amazonia obrigada

Unknown disse...

Muito interessante, e as fotos colaboraram com meu seminário da faculdade...grata pelo sua pesquisa!

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