Desmatamento gera perda irreversível da biodiversidade
na Amazônia, avaliam Especialistas.
Nielmar de Oliveira
Enviado especial
Manaus – O desmatamento na Região Amazônica causa
prejuízos irreversíveis para a biodiversidade, segundo pesquisadores do
Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Museu Paraense Emílio Goeldi. Na
avaliação da pesquisadora do Goeldi, Ana Luisa Albernaz, as áreas protegidas
legalmente no país têm pouco apoio e ao longo da cabeceira do Rio Solimões, por
exemplo, quase não existem áreas de proteção.
"Os conservacionistas acabam optando por
proteger áreas distantes do ambiente de várzea, preferindo trabalhar onde não
existe ocupação do homem. É preciso fazer algo em relação à perda da biomassa e
da biodiversidade provocada pelos desmatamentos", afirma.
A pesquisadora abordou a questão por ocasião da mesa
redonda "Integridade Biótica na Amazônia", quando se destacou o fato
de que os ecossistemas e a biodiversidade da Amazônia vêm sendo influenciados
negativamente pelo processo de ocupação regional, sendo que mais de 12% da
floresta já foi derrubada nas últimas décadas. Destacou-se, ainda, o fato de
que as áreas desmatadas se encontram em diferentes estados de degradação tanto
do solo como da biodiversidade animal e vegetal.
Para o pesquisador do Inpa, Antônio Manzi,
"existe uma relação direta entre o desmatamento e as mudanças climáticas,
com alterações inclusive no regime pluviométrico da Amazônia". Ao concluir
a palestra, o coordenador da mesa redonda, o pesquisador Luiz Antônio Oliveira,
também do Inpa, afirmou que o segredo da sustentabilidade é também um problema
de escala biotecnológica. "O desmatamento provoca mudanças climáticas,
alterações na biodiversidade da flora e da fauna, e alcança, até mesmo, os
microorganismos e enzimas existentes no ambiente da região", afirma.
Data da publicação: 13/12/2005 - 12h15
Fonte: Empresa Brasil de Comunicação
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